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Seu Madruga não gosta do número 41?



Desvendando mais uma piada sem sentido do Mundo CH! Essa realmente não deu pra entender na hora mesmo...


Sabe aquele episódio em que o Chaves e o Quico fazem uma pichorra (piñata no original) para uma festa na vila? Chama-se "A Festa da Amizade" ("La Posada de la Vecindad"), de 1973 e há um momento em particular que poderia passar batido, mas acabou despertando curiosidade por conta de uma raiva inexplicável do Seu Madruga, que nem precisamos ver a cena na língua original, pois o diálogo é o mesmo. Veja a partir dos 3:58 do vídeo abaixo.



Logo na primeira parte do episódio, quando o Quico e o Chaves passam o maior dilema por conta de um papel que ficava colado em suas mãos, aparece o Seu Madruga reclamando da demora dos garotos para confeccionar a tal pichorra. E lhes chama a atenção: "Lembrem-se que, sem pichorra, não tem festa!!!". A bronca do Seu Madruga irrita o Quico, que reclama: "Ai, já são 40 vezes que diz a mesma coisa!". O pai da Chiquinha, então, repete sua fala e se irrita quando o Chaves o avisa de que com aquela já eram 41. Pois então, por que a raiva? Isso vai mais além da barreira português-espanhol. Essa já tem mais a ver com algo da cultura mexicana, a partir da história do único país latino da América do Norte.


O fato é que o número 41 possui uma relação extremamente próxima com o 24 para nós brasileiros: É ligado aos homossexuais. No Brasil temos o jogo do bicho, visto que o veado é o 24º animal daquela cartelinha com 25, que provavelmente todos nós já recebemos ou vimos por aí, até em casas lotéricas (o que é estranho, pois o jogo do bicho é considerado contravenção, ou seja, proibido, por entre vários motivos, não arrecadar impostos como os jogos legalizados na casa lotérica). Já no México a razão é mais, digamos, complexa. Durante o governo de Porfírio Diaz (entre 1876 e 1911), a polícia da Cidade do México resolveu fazer uma prisão em massa de homossexuais e, em uma festa, deteve 41 "suspeitos". A notícia foi dada pelos jornais desta maneira, mas, ao saber que um de seus genros estava entre os detidos, o presidente ordenou que a imprensa divulgasse que os presos homossexuais haviam sido 40. Só que as erratas dos jornais não colaram e no México começou a piada. Sempre que queriam sacanear com algum amigo, perguntavam: "Ei, você que é o 41?". O número ganhou tal conotação que nenhum atleta gosta de utilizar tal número estampado em suas costas em qualquer competição esportiva no México.


Foto do ex-presidente mexicano Porfirio Díaz.

O caso ficou conhecido como "Porfiriato".


Veja esta matéria da BBC em espanhol sobre esta história. Caso queira, pode ativar o tradutor de seu Google Chrome, onde é possível ler normalmente em português. https://www.bbc.com/mundo/noticias-america-latina-38563731


Até um outro dia...

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